quarta-feira, 24 de junho de 2009

Atrasada mas ainda valendo

A gripe suína começa a se alastrar no Rio. Duas escolas da zona sul estão sendo monitoradas por terem alunos diagnosticados com a doença. A Santo Inácio suspendeu as aulas até o dia 02 de julho. Aparentemente uma ação rápida da Vigilância Sanitária. O que preocupa é a possibilidade deste vírus se alastrar para regiões menos abastadas da cidade, levados pelos trabalhadores que diariamente viajam longos trajetos de volta às suas casas, em ônibus, trens e metrôs lotados e, por vezes, mal ventilados. Muitas dessas pessoas nunca conhecerão Miami ou Buenos Aires, mas para garantir uma vida um pouco melhor buscam seus empregos junto à nossa elite contaminada. O vírus não tem preconceito, não escolhe suas vítimas. Vemos dia após dia notícias sobre casos confirmados da doença sempre entre pessoas que retornaram de viagens, ou estiveram em contato direto com essas pessoas. Mas se repararmos bem, ainda não foi noticiado um caso sequer em regiões menos nobres da cidade. Seria reconfortante pensar que ao menos uma vez essa parte da população estaria protegida pela sua própria condição social. Infelizmente, a realidade pode ser bem menos promissora.
Em um Estado como o nosso, de sucateia a Saúde sem constrangimento, terceiriza a contratação de médicos, lota UPAs de socorristas, entre outras temeridades, o que a população pode esperar em meio a uma crise anunciada deste porte? Quem estará capacitado a diagnosticar e tratar com eficiência o grande número de cidadãos que não possuem planos de saúde? Com certeza não a médica do Albert Schweitzer, que deu alta a gêmeos de dois meses de idade com grave pneumonia. A mãe dos bebês, Núbia Freitas, 33 anos, discordou da decisão da médica, que manteve a alta mesmo assim, afirmando que os bebês não precisavam nem de medicamentos. Desconfiada, Núbia levou os filhos para o Hospital Geral de Bonsucesso, onde permanecem internados em Unidades Especiais de Tratamento.
Nem todos os bebês, crianças, idosos, e adultos tem ou terão a mesma sorte. Já estamos acostumados a ser diagnosticados com viroses em hospitais públicos. Isso depois de esperarmos horas desconfortáveis, mal sermos examinados e assistirmos aos "doutores" prescrevendo receitas sem nos tocar ou nos ouvir. Não questionamos, afinal não nos sentimos bem, não entendemos do assunto, não temos argumentos, e eles devem saber o que estão fazendo. Afinal eles estão vestidos como médicos, são tratados pelos funcionários como médicos e fazem isso sob o emblema do Estado, dentro de prédios públicos, é quase certo que eles sabem o que estão fazendo. Aliás todas as demais enfermidades parecem ter sido erradicadas. A única desagradavelmente persistente é a tal da virose

Nenhum comentário: