quinta-feira, 28 de maio de 2009

Quem tem medo da saúde pública??

A Pfizer em parceria com o Ibope realizou uma pesquisa, chamada “Dor no Brasil”, que revelou uma incrível descoberta: cariocas evitam ir ao médico, até o momento de em que não agüentam mais o sofrimento. Eles preferem recorrer à automedicação e aos palpites de amigos e parentes. Porque será? Se os laboratórios e institutos de pesquisa não souberem responder, acredito que os colegas das redações podem ao menos lhes dar uma pista consistente de onde encontrar a resposta. Busquem em seus arquivos e encontrarão dezenas e dezenas, e ainda mais, de matérias e reportagens sobre a deficiência da saúde pública, sucateamento da rede, ausência de médicos, falta de medicamentos, erros médicos de toda natureza, graves e até fatais. Quantas vezes assistimos na TV as peregrinações por atendimento médico que só tem fim, quando a equipe de reportagem é revelada. Sabendo tudo isso, fica bem mais fácil entender porque alguém que já está sentindo dores evita a tortura de aumentá-las ainda mais. Experimentem comprovar isso com uma pesquisa de campo: quando estiverem com dores, deixem as carteiras de seus planos de saúde em casa e vão buscar atendimento na rede pública.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Estado oferece cursos e empregos

Impressionante como nossas autoridades dizem aquilo que lhes vai à cabeça e nossos colegas jornalistas reproduzem essas palavras como se fossem ao menos possibilidades concretas. Ao ler jornal O Dia online, encontro a seguinte matéria: Cursos gratuitos em Manguinhos. Louvável a iniciativa do governo do Estado de capacitar pessoas para formação profissional. Porém logo no início da matéria o vice-governador afirma que “quem passar por ali sairá praticamente empregado”. Onde serão abertas essas vagas de trabalho? O curso começa com 2.100 vagas. Então é correto supor que o governo do Estado acredite que essas vagas existem, esperando somente quem as preencha? Na maioria dos cursos relacionados na matéria é possível trabalhar como autônomo, ou seja, eles poderão ter um ofício e trabalhar de alguma forma, isso pode ser garantido. Mas emprego? Complicado. Outra pequena gafe. Os professores são da FAETEC, parceira no projeto.